Uma sala de estar de um apartamento de frente para a praia de Copacabana, com uma grande janela ao fundo, é o cenário da vulnerabilidade de um homem solitário que, diante de um fato inusitado — uma trama articulada — que vazou à imprensa, se vê noticiado em capas e manchetes de jornal. Nos últimos dias, Ramon confinou-se em seu ateliê, distraindo-se entre pinturas e pensamentos, até a chegada da doce Eugênia. Algumas obras expostas fazem parte do acervo pessoal do notável pintor e uma, em particular, está propositalmente coberta por um lençol. É inverno e pela janela observa-se uma imprensa aflita por informação que, mesmo truncada e ruída, satisfaça a curiosidade de um jornalismo tão sagaz e cruel quanto seu leitor.
Avaliações
Não há avaliações ainda.